16 de julho de 2010

Mero sofrimento


Eu vi o tempo fechar para mim.
Vi as nuvens do céu ficarem escuras,
Não vi mais o sol, grande estrela a me iluminar.

Eu senti gotas de chuva a tocarem meu rosto.
Senti de meus olhos saírem lágrimas
Que logo se confundiam
Com a água que já me deixava transfigurar.

Eu percebi que minha face não era a mesma.
Percebi uma expressão de tristeza
Que se escondia mergulhada.

Eu vivi aquele momento em total desassossego.
E vivi por não encontrar outra saída
Que me conduzisse a um novo tempo
Em que a grande estrela voltasse a me iluminar.

Mas tentei me recompor,
Engolir a seco a situação.
E não consegui.
Apenas me permiti cair em prantos.

A chuva aumentou para mim.
Me acompanhou à intensidade de meus sentimentos.
Tornou todo o meu corpo ensopado,
Me fez sentir frio.

Minha pele não podia mais ser a mesma.
Formava ondas, ficava pálida e fraca.
Não resistia à pressão dos meus agoniados movimentos
E rompia em diversas partes.

Muitas dores assombravam-me.
Faziam-me viver uma falta de paz
Que me incomodava como nada mais.

Meus olhos já não podiam se abrir.
Eu os esmagava com o apertar de minhas pálpebras.
Estava tudo muito escuro e deseperador.

Os meus dentes cerrados eram só mais uma expressão
De que algo dentro em mim era o que me angustiava.
O que viesse de fora não poderia me abalar de tal maneira.

De repente alguma coisa mudou.
Foi como se no meu interior houvesse uma manifestação
De liberdade. Meu coração bateu mais forte.
Levou sangue a circular por meu corpo mais frequente.

Eu ainda sentia imensas dores.
Mas o meu coração se demonstrou rebelde.
Rebelde em não se dobrar ao desânimo de minha vida.
Palpitou mais intensamente. E foi aos poucos me esquentando.

O frio que me congelava
E convertia minha pele escamosa
Em superfície sólida facilmente quebrável
Já não tinha poder sobre todo o meu corpo.

A chuva que caia incessantemente mais
Agora parecia se render à transformação
Que proporcionava o meu coração
À minha vida que jazia reprimida.

As expressões de minha face
Já não demonstravam mais falta de paz.
Passei a acreditar que havia uma esperança.

Deixei-me ser guiado pelas intenções do meu coração
E tive a ciência de que foi o melhor a fazer.
Afinal, eu já podia abrir os olhos
E ver a luz que tomava o meu ser.

O sol, grandiosa fonte de fogo,
Transmitia através de seus raios
A motivação para minha perseverança.
Como pode ser tão incandescente?

As nunves que o acompanhavam,
Brancas como o quê,
Traziam consigo a beleza por estarem no céu,
Que eu não parava de contemplar.

Pois agora eu digo:
Como é bom olhar para cima
E ver que tudo não passou de meros momentos.
E o céu segue azul, com livres nuvens brancas.

2 comentários:

Joice disse...

É meu amigo... essa foi a primeira vez q me senti eu pouquinho vc lendo o q esceveu. Esse é o meu preferido!
Bjo, vc faz tanta falta.

Micael Santos® disse...

Olá Dama!
Saiba que me sinto feliz em saber que a inspiração surgida em mim tocou a você a ponto de se fazer sentir em minha leitura...

'beijo pra vce que também faz muita falta.

Obrigado pela honrosa visita!
Saudações.
mss