27 de setembro de 2010

Além da mente e verdade


Na aurora de certo dia
Surgiu
Seu olhar para mim
Se abriu

Senti
O sorriso que me aplacava
No áspero viver
De conceitos formulados
- Meu sofrer

Um vento que pairava
Sobre os nossos corações
Trouxe a paz
Que eu precisava

Lágrimas desceram
No meu rosto
E me tornaram
Envolto no renovo
- De meu ser

Nosso amor aconteceu

26 de setembro de 2010

Posse do nato


Para expor
A fôrma da minha vida,
Sou de palavras
Livres

Ao vento;
Ao alento no papel
Demonstrado.
Uma força, que vem do além...

Logo ali,
O que sempre foi
Sem precisar
De mim, ou da liberdade de extravasar-me;

De expressar meus sentimentos,
Meus lamentos de viver
O que sou, ou tenho sido
Em corpo e alma retido;

Agora, aqui só
Fui tido.
Para não mais me ver parado...

Logo ali, o vento do meu alento.
Espírito em paz.
Assim fui entregue...

Livre da fôrma, da forma
De viver aprisionado no eu, estou
Ali domado.

25 de setembro de 2010

Eu de palavras


Palavras carregadas
De fortes experiências
Com o nada.

São da vida
Que formou o eu
Que vive por não ser

Esculpido por você;
Jamais levou-se a ter
Projetos abandonados no auge do poder
Seguir criando o mundo.

Este maior que meu eu


Cavalgar

Em tom de gala
Com meu ser
Que se por cor não existe
Eu faço prevalecer
A outro de nada
Superior a mim, sem a
Essência do conhecer
A simplicidade.

Intenções de fim, coagido


Busco o significado
Do que é,
Ou que não é,
Estar assim... (des) animado.

Ser da alegria
Que me estremece
Não é viver
Das respostas que me enrijecem

Alegre é
O que abriu sua porta
Para o fim ser um começo
De tudo o que já anda feliz

Por onda que foi depressa
Partindo de uma só voz
Levando convicções
A esse que se condiz

- Na liberdade de viver,
De sonhar, imaginar e fazer
Acontecer
Os pedidos do coração.

Olhos do Ser, aqui


Sou o ser
Magro da existência
Neste mundo
De formas e aparências

O singelo garoto
Das verdades explícitas
Aos olhos de quem vê
Com ampla ou curta visão

Do real por ser irreal
No intrínseco imaginário
De quem sabe;
No coerente saber.

Que é verdade,
Ou mentira,
Para a realidade
Em nossa vida?

Será mais um
Inventário do crer
A ser pago aqui?
Na terra?

Respostas no fundo,
No verso de nós.
Aonde O Tudo se fez
Sem precisar se redobrar.

23 de setembro de 2010

Fantasmas do mundo vil


Um dia mais que outro
O fazer do mundo novo
Se renova na esperança
Que surge no amanhecer

Passa o tempo
De um inesperado ouvir
Se falar em próspero porvir
Por desfalecer os ossos
Da noite que se foi

À escuridão se postulou
O corpo do lote da traição
E sujou-se de vermelho
O que veio até então

Esse futuro
De manchas já previstas
Não para se desfazer tão distante
Do que se vê

Com olhos abertos;
Pára o que se ouve apenas
Com os ouvidos do homem só...

E mais adiante
Corre o fim que já começou
Dos ares de iniquidade, maldade
Do homem que se esfacelou

Ser da vida a dissipar


A inspiração,
Que me falta como ar
Respiro fundo
E busco encontrar...

Forças para falar
As coisas que em mim se escondem
E não se fazem revelar
Não tenho e quero achar.

Faço de minha paz
Alívio a meu coração;
Refrigério à minha mente
Lotada de vãs noções

E um vento
Descendo devastador
Do alto de uma colina
Em brisa suaviza
E se dissipa ao encontrar-me aqui em vida

Vida que me permite ser
O que me diz meu interior
Que exteriorizo ao mundo, a ver,
O louco que me tornou...

22 de setembro de 2010

Sabor do tempo é teu


Há dois tempos
Meu coração saltou mais forte
No espaço que o sustenta
Para bombear a força do sobreviver
E fazer viver meu ser

Senti frio em meu interior
E um vento que me tomou
De súbito e me levou
Para longe do meu querer

Do alto de meu poder
Enxergar-me e crer
Avistei a beleza de viver
Este sonho doce de lograr:

Só abrir os olhos
E saborear
O prazer de te escutar...

Descansos do eu


Se por algum tempo
Parei meu vivo coração
Após a linha do ser e estar
Por ganhar-me em cruzadas

Da vida que muito me embala
Cortando trilhas
E entre-cortando caminhos
Da sabedoria humana

Agora vejo
Valer a pena
Co-existir no tempo do hoje
Apegado à não-composição do meu eu

Pois que de vendados olhos
Me pus em meu passado
Ao crer que fiz acontecer
'Sábias' posturas
No mundo que 'inda me cerca...

O amanhã não serve para hoje
Tal como o ontem não vivo mais;
Para quê ansiedade
Se o tudo se fez por si só?

Deixo então
Que meu eu descubra aquele
Detentor da Suprema Verdade;
Para mim servirá tanto
Quanto descansar em paz.

9 de setembro de 2010

Vinte anos e algo mais


Sons de vozes ao meu redor
Minha mente produziu
Ao sentar-me a escrever
Palavras de gratidão

Por saber que Deus me deu
Pessoas como eu
Que por grande valor
Se acharam aos olhos Seus.

E agora,
Já não escuto apenas vozes
No sentido da imaginação
Que a mim foi concedido.

Vejo em olhos brilhantes
O motivo da minha existência;
Provo a todos os que me lêem
O amor que Deus me tem.

Foi pelo sangue do Seu Filho
Que me inundou com Seu Espírito
E me fez possível viver
A alegria que só dEle vem.

...

Após sentar-me em meu quarto e buscar reportar as pessoas que fizeram, fazem, e permanecerão fazendo parte contribuitiva à minha vida, me emocionei ao perceber que da ponta do meu lápis saíam palavras que as honrariam não apenas por se fazerem presentes. Mas sim, por que a crença na amizade, como fruto do amor, e o amor, tendo como base o amor do Filho de Deus, é o que traz regozijo não somente a mim; a todos os que vivenciam o fenômeno do verdadeiro ato de amar, e por re-consequência, a universalização e abrangente socialização da vida.

Obrigado a todos vocês que estiveram comigo celebrando os meus vinte anos de idade.

8 de agosto de 2010

Carta para a amiga Débora


Quando o sol bate em teu rosto
Se vê uma visão reluzente
Que a todos contamina
E faz da vida um expoente

De alegrias infindas,
Esperanças renovadas,
E de amor, que tanto falta...

Se a sombra te alcança
Porque o sol não te ilumina mais
Teus olhos permanecem
Guiando o coração por trilhas de paz

Na tua face nunca se esconde
O sorriso que sempre revela
O Deus que consigo traz.

4 de agosto de 2010

Sentido de amar


Onde está a dor
Que em aflição me tornava
E formando um nó em minha garganta
Levava o grito a escapar?

Meu coração que quase parava
Fazia de minhas forças, quase inexistentes.
Cansado de tanto saltar
Ao encontrar futuras desilusões.

Minhas pálpebras se fechavam
Querendo dormir o meu corpo
Descansando de tanto lutar
Pelo que sempre foi engano.

Não sinto e não quero mais
A falta do que sempre quis
E que jamais alcançaria
Se eu não estivesse atento à realidade.

A essência do que hoje sinto
É muito mais que mero 'achismo'
Eu sei porque provo, porque vivo
O real sentido de amar.

Escrever


Página em branco
É o que encontra meu lápis
Ao apontar-se direção a seu labor.

Meus olhos
Avistam um contraste
Entre o que há de vir e o que já chegou.

À minha mente se postulam regras
Para aproveitar-se de um dom
E lançar no vazio palavras interligadas

Enquanto o virgem papel
Inocente se mantém
Disponível
E ansioso por prestar-se a uma boa jornada.

22 de julho de 2010

Centenária cidade, avante!


Surgida como aldeia
Antes chamada Tabocas
Em época de lutas por conquistas de terras
Levadas à existência pelo apogeu do precioso cacau.

O que é hoje uma grandiosa cidade,
Amada por muitos,
Prestigiada por outros,
Foi habitada por gente de bom coração.

Que ao enxergar um futuro majestoso
Fincaram suas raízes naquele lugar
De belas paisagens,
Entrecortadas por um rio de nome Cachoeira.

Rio com pedras pretas
Que pareciam terem sido lascadas algum dia.
Pedras que apenas complementavam
A imensidão de detalhes
Da frutuosa fonte de impressões, tal natureza...

... Qual esperanças
Tangidas no povo que ali se situava.

No seio de tantas vivencias
Intercaladas entre sonhos,
Avistou-se um em comum.
Manipulador de uma determinação inda hoje restante.

O sonho de tornar imperadora
A sede de todas as experiências,
Das virtuosas conquistas d'antes alcançadas,
Vistas para o futuro que hoje já se forma...

Itabuna,
Nome contemplado
À crescente desbravadora dessa prosperidade que hoje avistamos!
Já não é vila ou pequena aldeia...

Prosperidade sempre avante!
Não há força natural
Que impeça essa centenária cidade de seguir sempre adiante.

16 de julho de 2010

Mero sofrimento


Eu vi o tempo fechar para mim.
Vi as nuvens do céu ficarem escuras,
Não vi mais o sol, grande estrela a me iluminar.

Eu senti gotas de chuva a tocarem meu rosto.
Senti de meus olhos saírem lágrimas
Que logo se confundiam
Com a água que já me deixava transfigurar.

Eu percebi que minha face não era a mesma.
Percebi uma expressão de tristeza
Que se escondia mergulhada.

Eu vivi aquele momento em total desassossego.
E vivi por não encontrar outra saída
Que me conduzisse a um novo tempo
Em que a grande estrela voltasse a me iluminar.

Mas tentei me recompor,
Engolir a seco a situação.
E não consegui.
Apenas me permiti cair em prantos.

A chuva aumentou para mim.
Me acompanhou à intensidade de meus sentimentos.
Tornou todo o meu corpo ensopado,
Me fez sentir frio.

Minha pele não podia mais ser a mesma.
Formava ondas, ficava pálida e fraca.
Não resistia à pressão dos meus agoniados movimentos
E rompia em diversas partes.

Muitas dores assombravam-me.
Faziam-me viver uma falta de paz
Que me incomodava como nada mais.

Meus olhos já não podiam se abrir.
Eu os esmagava com o apertar de minhas pálpebras.
Estava tudo muito escuro e deseperador.

Os meus dentes cerrados eram só mais uma expressão
De que algo dentro em mim era o que me angustiava.
O que viesse de fora não poderia me abalar de tal maneira.

De repente alguma coisa mudou.
Foi como se no meu interior houvesse uma manifestação
De liberdade. Meu coração bateu mais forte.
Levou sangue a circular por meu corpo mais frequente.

Eu ainda sentia imensas dores.
Mas o meu coração se demonstrou rebelde.
Rebelde em não se dobrar ao desânimo de minha vida.
Palpitou mais intensamente. E foi aos poucos me esquentando.

O frio que me congelava
E convertia minha pele escamosa
Em superfície sólida facilmente quebrável
Já não tinha poder sobre todo o meu corpo.

A chuva que caia incessantemente mais
Agora parecia se render à transformação
Que proporcionava o meu coração
À minha vida que jazia reprimida.

As expressões de minha face
Já não demonstravam mais falta de paz.
Passei a acreditar que havia uma esperança.

Deixei-me ser guiado pelas intenções do meu coração
E tive a ciência de que foi o melhor a fazer.
Afinal, eu já podia abrir os olhos
E ver a luz que tomava o meu ser.

O sol, grandiosa fonte de fogo,
Transmitia através de seus raios
A motivação para minha perseverança.
Como pode ser tão incandescente?

As nunves que o acompanhavam,
Brancas como o quê,
Traziam consigo a beleza por estarem no céu,
Que eu não parava de contemplar.

Pois agora eu digo:
Como é bom olhar para cima
E ver que tudo não passou de meros momentos.
E o céu segue azul, com livres nuvens brancas.

13 de julho de 2010

O amor transborda


O amor é como um rio
Que transborda em dia de chuva
Chuva que cai sem parar
Que emana de um mais puro olhar
E eu estou aqui às margens desse rio
Como um igapó*
Esperando uma gota desse amor
Para existir
Porque uma gota só é o que basta
Para me preencher
E a constância desse amor
É o que solidifica
Cada gota, cada expressão de vida
Eternamente, sempre mais.

igapó*. No Amazonas, igapó é uma grande poça de água que se forma às margens do rio. O processo de existência do igapó se dá através do enchimento excessivo do rio. Quando o rio transborda.

Suspiro de amor


Amor,
Meu coração bate mais forte
Quando eu sinto que não estás aqui
E num piscar de olhos vejo você ai
Estou sonhando, mas
Escuto sua voz dizer:
"Eu te amo"
E é o que basta
Para completar
O suspiro dessa poesia.

Sustento


A brisa que toca o meu rosto
Essa que antes de chegar até mim
Agitou com certa força
Folhas e galhos de inúmeras árvores
De meu país tropical,

Fez-me refletir
Sobre minha consciência.

Quão pesada estava
Devido aos afazeres
Do meu cotidiano humano.

Ah! Como o homem se desgasta...
E ocasiona a autoflagelação de sua mente.

Maravilhoso é poder cantar
Em meio às batalhas
Dum dia-a-dia que nos envolve,
E faz com que derramemos de nosso próprio suor
À terra que nos sustentam os pés.

Pés que friamente caminham
Rumo a uma constante fadiga.
Talvez até com um fim previamente avistado.
Mas, se observando o percurso delineador,
Premeditado não ser dos mais queridos.

Porém,
Tudo pode aquele que
Bravamente o Tudo procura.

E com toda a certeza
Se posiciona a fim de O encontrar.

Porque o bravamente
Não precisa necessariamente ser pesaroso...
Basta ter garra, que é força de vontade.

E a paz
Que tanto se espera,
Ou se imagina o quão bom seria possuí-la,
Torna-se mais uma constante dessa vida,
E que alimenta o homem
Com regozijos sem fim.

2 de julho de 2010

Segurança Incomum


Em meio a um universo
De sons que atordoam meus pensamentos,

Vejo duas pessoas
Figurando uma paz que poderia existir
No seio da humanidade
Que hoje se encontra em tremenda agitação.

Essas duas pessoas
Procuram em leves momentos
Atrair para dentro de si
Energias positivas.

E quem sabe até sentir
De seus poros exalarem suaves desejos...

Dentre eles,
O desejo de que os mundos se calem
Por ao menos um minuto.

Para enfim poder analisar suas vidas
Com a simpliciade que lhes convém.

Porque levar as constantes da vida
Aos mais complexos modelos de reflexão?

Minha mente voa...
Voa aos mais distantes rumos
Que conduzem à perfeição das ideias
Quando me coloco em um padrão antihumano.

Se me recuso a pensar exaustivamente
Vou de encontro à realidade dos mundos que me rodeiam.
E posso ser tido como um certo inconsequente.

Mas,
É dessa forma que me sinto seguro.

Por mais incrível pareça,
É quando me desvinculo de
Minha racionalidade natural-pesarosa,
A que me faz esforçar-me,
Que caminho mais rápido para uma paz intrínseca...

Será que sou
Um incoveniente ser
Semelhante a alguns outros,
Em busca de sentir-se bem,
Que se torna convenientemente diferente?

Será que sou diferente por conta própia
E não me dei conta até o presente momento?

Já ouvi os outros dizerem
Que ser diferente é legal...

E o que seria o ilegal?!

Prefiro não me atrever
A espreitar com minha limitada imaginação.

Mas permanecer como estou
É o que mais pretendo.
E por esse motivo
Desejo a essa pretensão a mais breve realidade.

12 de junho de 2010

Peregrinação


Sociedades necessitadas
De realidades obrigadas por elas mesmas,

Realidades essenciais
Para a constância de uma vivência coletiva,

As criações formadas
A partir de impulsos de guerra
Surgidos no princípio da humanidade,
Tomam formas próprias a cada dia...

Que será das relações naturais
Entre homens e homens
Se o curso das obrigações informais
Forem predominantemente impulsivas-determinantes?

Nós, seres humanos,
Seguimos rumos involuntariamente mortais.
E não nos damos conta
Do quão avançada está nossa peregrinação.

Como pode a racionalidade limitada
Da generalidade universal
Vestida de escravos dominados por ela mesma
Conduzir seus subordinados à perfeição?

O livre arbítrio,
Concedido a todos,
Foi inserido em contextos improdutivos.

Se o produto inacabado
De motivações moralmente corretas
Persevera certamente inútil,

Que consciências investigadoras
Aflorem desde o oriente até o ocidente.
Transformando a realidade existente no hoje,
Em verdades positivas do amanhã.

9 de junho de 2010

"Linduras" Superficiais


Cubro-me de puro véu
Por completo. Escondendo-me
Das vãs sutilezas que me rodeiam
Em meu dia-a-dia carregado de amarguras.

Amarguras que estão à minha volta
Disfarçadas com lindas expressões de paz.

Vivo num universo
Amplamente carregado
De diversificações de mundos.

E cada mundo com suas características próprias.
Mas que ao se organizarem em um só conjunto,
Dão a parecer serem um só...

Apenas do ponto de vista miragem...
Quando se avista parcialmente
E sem preocupação com profundas análises.

Porque a "união" de mil cabeças pensantes
Pode sempre causar dissensões.
Ainda que bem ocultas estejam.

Ah! Este universo
Tão cheio de atrações...

Tantas "linduras" superficiais
Que insistem em me envolver!

Por isso me escondo.
Busco não aprouver aos meus olhos
Toda essa exuberância...

Para que não atinja a meu coração
Sentimentos que me tornem
Superficial.

Que me façam ser mais uma beleza
Nesse planeta que vivo,
Esse mundo em que sou e estou.

Sinceridade


Vida de mundos comunicativos,
Repleta de regras para boas interpretações.

Até quando a mais perfeita sinceridade
Será ignorada?

O verdadeiro ato de ser sincero
Implica coragem em nosso mundo.

Nem sempre as comunicações realizadas,
Talvez com o intuito de satisfazer o receptor
São realmente vertentes que conduzem à satisfação.

A profunda satisfação.
Essa que está muito mais além
Do que mero ato passageiro de sentir bem.

O alcançar de constante gozo
Mútuo ao que diz e ao que ouve,
Requer esforços que dignificam a ambos.

E se os contadores de histórias
Compreendessem o prestígio de dizer
Palavras que tocam a superfície
Das pessoas que os ouvem? Palavras que margeariam
O mais profundo de cada ser...

E arderiam a carne dos corações.
Os quais não suportariam tão grande dor
E cederiam buracos que permitiriam suas entradas.

Se veria nos olhos de cada um
Que a realidade é o que transforma.

E se os leitores de histórias
Compartilhassem do mesmo prestígio,
Pronunciando em sinceras palavras
As suas verdadeiras compreensões
Das leituras?

Um futuro de realidades
Muito mais honestas
Do que as que temos hoje, poderia
Vir a existir.

Ou mais...
Uma vida de dignos frutos
Das comunicações estabelecidas
E passiveis a boas interpretações.

12 de maio de 2010

Silêncio


Como é viver mudo, sendo falante,
Num mundo em que todos colaboram
Com vozes de todos os tons?

Como é ficar calado, junto a maquinações de pensamentos,
Onde inquietações
Imploram suas descobertas?

Como é não poder manifestar
A quem está ao seu lado,
Com grande clareza, um sentimento único?

É assim:
Como se um esconderijo fosse encontrado.
Quando alguém procura na expressão de sua voz
Uma satisfação.

Satisfação involuntária.
Existente apenas pelo fato de ser própria
Dessa pessoa...

Sei que existe gente que não fala
Porque já nasceu assim.

E outros que não falam
Porque a vida os formou dessa maneira.

Infelizmente,
A vida tem dessas coisas...

Mas também pode ser:
Como se existisse um silenciador de ideias,
De gritos que gostariam florescer em sinal de despertamento interno,
Um moderador de reflexões.

Viver em silêncio
É uma sensação exclusiva.
Como se todos existissem,
Menos o alguém que está desprovido do bem com que nasceu.

Exclusão da liberdade...
Liberdade encontrada nas letras.
Na pronúncia de cada palavra.
De simples palavras que revelam exatidões do coração.

E ao se esgotar as forças desse momentâneo mudo,
De repente fechar os olhos, numa inesperada intenção de piscar.
E imaginar que tudo passou...

E ao abrir,
Tentar pronunciar uma única e simples palavra.
E perceber que som ainda não havia...

Mas que a mentalidade maquinaria,
Ainda existia...
E permitia a sobrevivência do ser.

9 de maio de 2010

Parte de ti, mãe


Mãe,
Que me carregou por um bom tempo
Em teu ventre.

Que se alegrou
Ao perceber minha presença
Em teu interior.

Mãe,
Que não pensou mais de uma vez
Em espalhar a noticia
De uma nova vida que chegaria ao mundo.

E uma vida especial,
Puramente por surgir de tuas entranhas...

Mãe,
Que teve prazer nas dores do parto.
Que chorava de alegria pelo esforço que fazia
A permitir minha entrada em tua cadeia de alegrias.

Minha mãe,
Você que me prendeu em teu carinho.
E com cuidado,
Fez-me conhecer teu universo.

Foi a partir dele
Que eu tomei meus próprios passos.
Da cautela de teu coração
Me firmei em terra firme.

E da moleza de teu amor,
Aprendi a caminhar pelos mais maleáveis caminhos.

Mãe, minha mãe,
Você que tanto se preocupa comigo.
Que sempre vê a mim como parte de ti.

Em tuas inquietações
Encontrei uma paz...

E nessa paz,
Descanso minh'alma.
Como quando me relaxo por completo
No teu colo aconchegante.

Genitora de minha vida,
Te sou eternamente grato,
Pois forjou-me o que sou.

E sou o que sou
Porque existe o amor...

Porque sinto o que tu és
Pelo que vejo em teu esplendor.

Entre eu e eu


Quantas vezes já me percebi
Pensando exaustivamente...

No calar de minha voz
Aprofundando-me em diálogos tão extensos...

Fazendo-me perguntas coerentes
Com o viver a minha vida.
E formulando respostas
Que perdurariam por longos anos.

Mas que um dia
Alcançariam fins inesperados.
Ou não...
Premeditados...

Porque a mente humana
Não é capaz de solucionar a todos os problemas
Que se referem ao próprio ser humano.

Ou mais...
Referentes à vida.

E me surge uma pergunta,
Para mim bastante intrigante:

Por que motivo pensar tanto comigo mesmo,
Se a vida que me cerca não é absolutamente minha?

Eu sei,
Que um pedacinho de toda a vida que há no mundo
Me é compartilhado...

E é por isso que estou aqui como homem.
Porque me foi permitido nascer racional.

- Mas para quê a racionalidade?

Talvez para que possa expressar
Sentimentos comuns aos de meu Irmão mais velho,
A quem tenho prazeroso amor e total respeito.

Também, quem sabe,
Para colaborar com a vida de outrem
De uma maneira mais objetiva...

Mas, ao me fazer perguntas como a última,
Sinto-me sem pés nem cabeça.

Portanto,
Se minha mente me indaga tanto,
As respostas mais
Convincentes, coerentes, contundentes, conclusivas,

... Estão muito além de minha própria imaginação.
São criações de quem me subistém.

6 de abril de 2010

Racionalismo da vida


Vida,
Forte de adversidades,
Contradições e evidências...

Sede de temores,
Angústias e sofrimentos,
Que transformam-se em esperança
À medida dos calafrios da pertinência.

Esperança?
Sim, esperança de um novo amanhecer...
Esperança de um dia
Que aponta características de um novo ser.

Vida,
A fonte da existência
Provoca ao mundo mudanças frenéticas:

Assim como sutilmente, meras plantas
Revelam descoloração em sua imagem vertiginosa,
Da mesma forma os seres humanos
Descobrem-se em consciências incertas.

Mas a lei da sobrevivência,
Ainda existe. E para que se aplique às adversidades,
É necessário muito mais que uma simples esperança.
Porque não, tentações?

Sim,
Tentações de forte ímpeto
E além do natural.

Porque a naturalidade das coisas,
É apenas mais um princípio da vida,
Com todo o seu delírio racional.

E o racionalismo da vida,
A melhor maneira de tornar sereno
O frenesi das irreflexões.

8 de março de 2010

Eterno, o amor


Por tantas situações
Passa o ser humano
Em contemplar o seu dia-a-dia.

De quantas tentações
Se sente aliviado,
Caso exista um sentimento a ser prezado.

Muitos conflitos de intenções
Remetem ao coração
Opções pra seguir a vida.

Mas, em verdade,
Sempre existe um mediador entre
Confusões e confusões,
Intrigas e desilusões...

Amar, amores, e amor!
Três palavras, frutos de um interior.
Interior que chama por piedade.
Que clama: Óh alma, fuja de mim tanto desespero!

E quem responde é o espírito...
Que por sua vez, encaminha o palpitar saltitante do coração
Ao mais profundo dos sentimentos:

Amor,
Alguns amores,
Mas amar, leva a vida para o lado mais simples da compreensão.

Quem ama nunca esquece.
E aborrece quem não tem amor pra dar.

Obrigado pela honrosa visita!
Saudações.
mss